quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O inconsciente ainda existe

Freud era médico neurologista e começou a trabalhar com pacientes histéricas de 1892 até sua morte, em 1939. Ele passou a receber estas pa­­cientes porque um amigo dele, chamado Josef Breuer, havia contado que tratava dessa patologia por meio da HIPNOSE. Acre­­ditava-se que, du­­rante uma hipnose, se alguém mandasse a pessoa não ter mais certos ataques, ela pararia, mesmo quando voltasse a ficar lúcida.
“Foi o meio que ele encontrou para fundamentar quais eram as causas da histeria”, explica Sissi. Freud, durante as consultas, começou a perceber que a histeria ocorria em pessoas que tinham passado por um trauma de infância – e estes traumas ficavam guardados na cabeça delas sem terem conhecimento disso. Ele analisou que esta memória esquecida tinha de ir para algum lugar, assim descobriu o inconsciente. “Freud faz parte dos pesquisadores que perturbou o sono do mundo, no sentido de que o ser humano não é senhor da própria casa, porque é dominado por este inconsciente. É como se alguém que você não conhece habitasse seu corpo”, diz Sissi.
Antes da descoberta de Freud, o inconsciente era algo que efetivamente não existia. Acreditava-se que um sonho, por exemplo, era apenas um tipo de descarga e tinha significados míticos. “Hoje sabe-se que, em linhas gerais, eles estão sujeitos à vontade humana, que são desejos que provêm do inconsciente, resultam de ideias latentes que são condensadas e representadas em imagens visuais”.
O psicólogo Marcos Abel, professor do Centro Universitário de Brasília, lembra que, no campo da ciência, em uma época anterior a Freud, um ato falho, uma troca de palavras, um sintoma psíquico (como uma alucinação) – tudo isso era visto como tendo somente uma causa orgânica. “Freud propõe uma nova visão do homem, sendo dividido psiquicamente em uma parte consciente e conhecida e outra parte desconhecida, chamada de inconsciente. Até então, prevalecia a concepção de homem como indivíduo, ou seja, como indivisível, com pleno conhecimento de si mesmo ”, explica Abel.
Depois de descobrir o inconsciente com o auxilio da hipnose, Freud abandonou a mesma e passou a orientar que a única “regra” de tratamento para a psicose seria a “associação livre”, em que o paciente deveria suspender sua autocrítica e falar tudo que vem à mente. Por isso, psicólogos enfatizam a necessidade de as pessoas reservarem um tempo da vida para conseguir fazer o tratamento adequado. “O que é revelado do mundo humano interno por este diálogo (entre paciente e analista), sob efeitos da dimensão inconsciente, é um dos grandes avanços teóricos que marcam a originalidade freudiana”,

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